Num mercado de tabaco em declínio, por tendência e pela queda do consumo em 2020 devido à pandemia, o tabaco de narguilé cresceu (84% em Portugal) em comparação com 2019, o que representa um crescimento muito invulgar no sector. A grande questão que se coloca: é um mercado com futuro ou apenas uma moda? Se quiser saber mais continue connosco!
O tabaco de shisha nada tem a ver com cigarros, charutos ou tabaco de enrolar, uma vez que é feito de folhas de tabaco muito finas que foram lavadas muitas vezes e misturadas depois com mel ou similares. São ainda adicionados aditivos alimentares para obter os diferentes sabores, o seu principal atractivo. Existem também misturas sem tabaco, mas a venda é muito limitada. Três principais tipos de tabaco utilizados na sua elaboração:
Tumbak: tabaco escuro prensado que pertence à variedade "Nicotiana Alata" do subgénero "Petunoides", da espécie "Nicotiana Tabacum". Esta planta contém muitos alcalóides, entre os quais se destaca a nicotina. O carvão vegetal é colocado diretamente sobre o tabaco. É produzido principalmente no Irão e em vários países do Médio Oriente, como a Jordânia.
Tabamel: é o mais comum no nosso país. É obtido através da mistura do tabaco com mel ou melaço, bem como glicerina e essências. Esta mistura resulta num tabaco aromático com uma grande variedade de sabores.
Jurak: é preparado a partir de óleos essenciais, frutos e substâncias naturais. Tem um corte mais fino e utiliza tabaco de maior qualidade. É normalmente fumado no Paquistão, Índia, Arábia Saudita e alguns Emirados.
Em Portugal e seguindo a Directiva 2014/40/UE do Parlamento Europeu e do Conselho de 3 de Abril de 2014, art. 2 parágrafo 13, este tabaco é considerado um produto de tabaco para fumar. Esta diretiva define também que no caso de um produto poder ser utilizado tanto como tabaco de cachimbo de água como tabaco de enrolar, será considerado tabaco de enrolar.
A venda de tabaco de shisha tem as seguintes vantagens:
Por outro lado, como desvantagens, encontramos o seguinte:
O perfil do consumidor é marcadamente "millennial", com uma elevada componente social, seja em instalações específicas ou em casa, e uma procura constante de novidade, seja através de sabores ou texturas, tanto do tabaco, como dos outros elementos (carvão vegetal, água, tipo de cachimbo).
Em Portugal, a existência de HORECA com tradição de disponibilizar cachimbos próprios é ainda reduzida e muito “underground”, pelo que não se sentiu o impacto do fecho da HORECA durante o confinamento no sector devido à COVID19. Como a compra continuou acessível nas tabacarias e o consumo é ainda feito essencialmente em casa, não se assistiu a qualquer impacto nas vendas.