Fazer ou enrolar: as diferenças entre os tipos de tabaco Make Your Own (MYO) e Roll Your Own (RYO)

O tabaco, como a maioria dos produtos que temos hoje, pode ser encontrado em diferentes formatos. Desde algum tempo atrás, podemos ver que o tabaco picado pouco a pouco tem ganhado terreno e notoriedade.

Há duas variedades de corte. O MYO (Make your own) é tabaco picado para que o consumidor faça o seu próprio cigarro. Enquanto isso, o Roll your own (RYO) é tabaco para que o utilizador enrole o seu próprio cigarro. Embora em muitos casos os nossos consumidores utilizem todos os produtos de forma intercambiável, é importante salientar que existem diferenças físicas entre eles, sendo a principal a expansão dos ramos e o grau de humidade.

MAKE YOUR OWN (MYO)


Este tipo de tabaco destina-se a máquinas para encher cigarros (em inglês, filling machines) e tem geralmente uma elevada percentagem de tabaco expandido. O produto passa por processo pelo qual o volume da folha é aumentado por diferentes processos químicos, resultando em ramos mais curtos e mais largos que são mais fáceis de colocar em tubos. Além disso, este tipo de tabaco tem menos humidade, uma queima mais rápida e um sabor menos intenso.
 

ROLL YOUR OWN (RYO)

Este tipo de tabaco é destinado a cigarros enrolados à mão e geralmente não contém tabaco expandido. É um tabaco mais húmido, o que resulta num fio mais longo e mais fino. A sua largura é cerca de 2 milímetros inferior à do seu companheiro, razão pela qual também é chamado tabaco de corte fino. Este tabaco é também normalmente mais aromático.

Para compreender um pouco mais sobre o que estamos a falar, vamos rever a definição oficial deste tipo de produto. De acordo com a lei 22/82 de Portugal, "as folhas, parte de folhas e nervuras da planta Nicotina tabacum, L., Nicotina rústica, L., são consideradas tabaco, quer sejam comercializadas na forma de cigarro, cigarrilha ou charuto, quer cortadas para cachimbo ou para a feitura manual de cigarros".

maria-fernanda-pissioli-e8BT4o1XgYc-unsplashEntre os diferentes tipos, podemos encontrar: 

a) O tabaco picado ou fraccionado de qualquer forma, em fios ou prensado em placas, que pode ser fumado sem transformação industrial .

b) Os resíduos do tabaco colocados à venda a retalho. Estes são desperdícios de folhas de tabaco e subprodutos derivados do seu processamento  ou do fabrico de produtos do tabaco.

Para ser considerado como tabaco corte fino e ideal para enrolar é necessário que mais de 25% do peso das partículas do tabaco tenham a largura inferior a 1,5 milímetros. Esta é a normativa vigente em toda a União Europeia, onde todos os Estados-membro podem comercializar este produto para enrolar cigarros. 



DIFERENÇAS ECONÓMICAS

A crise económica trouxe consigo mudanças no consumo que também se estenderam ao mundo do tabaco. Uma série de mudanças perpetuaram-se durante mais de uma década após o colapso financeiro de 2008 e moldaram um novo panorama do mercado e do consumo.

No caso do tabaco picado ou de enrolar, a sua principal atração reside no preço. Em comparação com o seu companheiro, o cigarro industrial, custa cerca de 20% menos. Isto torna-o uma opção mais atrativa.

CURIOSIDADES HISTÓRICAS

Quando falamos do tabaco de enrolar, não podemos deixar de mencionar as tão necessárias sedas para enrolar cigarros. A inveção surgiu em Espanha e foi disseminada por fabricantes espanhóis por toda a Europa e pela América do Sul. No final do século 19, existiam cerca de 260 lojas especializadas na produção de sedas para o fumo. Destas, 213 estavam concentrados na Comunidade Autónoma de Valência e 33 na Catalunha. No resto de Espanha havia outras instituições dedicadas a este tipo de papel, mas não atingiram um grau de concentração tão significativo como nestas duas comunidades. As cidades catalãs (La Ripa, Sant Joan les Fonts e Cabilades) e a cidade valenciana de Alcoy foram as mais proeminentes.

No início do século 20, a seda japonesa floresceu no mercado internacional, mas sobretudo a França tornou-se a principal potência do mercado mundial, e a maior parte das fábricas francesas foram modernizadas antes das espanholas. Naquela época, o declínio do conjunto valenciano acompanhava o catalão. Dessa forma, as fábricas valencianas reorientaram os seus modelos de produção para a realidade do mercado interno. Por outro lado, a Catalunha continuou a concentrar-se na tecnologia, face à atual procura do mercado latino-americano.

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