A indústria do tabaco nos Países de Língua Portuguesa (PLP) desempenha um papel significativo na economia e na cultura dessas nações. Compostas por Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Timor-Leste e São Tomé e Príncipe, estas regiões partilham uma herança histórica e linguística, mas também enfrentam desafios comuns relacionados ao consumo de tabaco. Neste blogpost, exploraremos a evolução desta indústria nestes países, as diferenças comparativamente a Portugal e as principais marcas vendidas nas áreas mencionados.
História e Evolução da Indústria do Tabaco nos PLP
A história da indústria do tabaco no Brasil remonta ao período colonial, quando o fumo nativo era consumido tanto pelos povos indígenas quanto pelos colonizadores portugueses. No entanto, foi apenas no século XIX que a produção comercial de tabaco começou a consolidar-se. A região Sul do país tornou-se o epicentro dessa indústria, destacando-se principalmente os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Os primeiros relatos históricos contam que Cristóvão Colombo foi um dos primeiros europeus a observar o uso de tabaco pelos nativos americanos durante as suas viagens ao Novo Mundo em 1492. O hábito de fumar tabaco rapidamente se disseminou na Europa após o retorno de Colombo, tornando-se popular entre os europeus.
Mais tarde, com o estabelecimento das rotas comerciais entre a Europa, América, África e Ásia, o tabaco foi um dos produtos que passou a fazer parte do comércio global. Os navegadores portugueses, em particular, desempenharam um papel crucial nesse processo, trazendo o tabaco para as regiões costeiras da África, nomeadamente para os PALOP, ao longo das rotas marítimas.
A partir do século XVII, o cultivo do tabaco espalhou-se por várias regiões da África devido à sua aceitação crescente e ao interesse económico associado a essa cultura. O comércio de tabaco tornou-se uma parte significativa das atividades comerciais entre a Europa e as colónias africanas.
Produção de tabaco nos Países de Língua Portuguesa
Dos PLP, estes são os países com maior impacto na indústria tabaqueira:
A indústria do tabaco em Angola teve o seu início como o primeiro sector regular do país, criado pelo colonizador português Jacinto Ferreira da Cruz. Da Cruz investiu a sua fortuna brasileira na primeira fábrica de tabaco em Luanda, inaugurando a FTU (Fábrica de Tabacos Ultramarina) em 1884. Com instalações e maquinaria inovadoras, lançou as primeiras marcas como "Holandez", "Medio fuerte", "Repicado", "Flor de Dande", "Jacinto" e charutos sem nome em formato de 600 gramas.
Embora Angola possua os atributos necessários para produzir tabaco de alta qualidade, a falta de tradição no cultivo tem sido um desafio, e os fabricantes estabelecidos no país recorreram à experiência de peritos do Zimbabué e da África do Sul para revitalizar a indústria do tabaco em Angola.
Em Moçambique, os produtores de tabaco asseguram rendimentos estáveis devido à procura garantida no mercado. A única fábrica de processamento de tabaco do país, construída em 2005, processa cerca de 30 toneladas de folhas de tabaco verde por hora, com uma capacidade anual de 100.000 a 110.000 toneladas. Destaca-se a iniciativa "celeiros vivos" para a cura do tabaco burley, incentivando a plantação de árvores. Além disso, está em curso uma investigação para melhorar as instalações de cura de tabaco da Virgínia FCV em Moçambique.
Com o tempo, o Brasil tornou-se um dos maiores produtores e exportadores mundiais de tabaco, com marcas renomeadas internacionalmente. Ao dia de hoje, a indústria tabaqueira, com grande parte da produção concentrada nos estados do Sul, principalmente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, tem uma influência considerável na economia do país.
No entanto, o Brasil também se posiciona como um dos países com maior contrabando e contrafação de marcas de tabaco, a nível mundial. A venda irregular de marcas de cigarros no Brasil, representa uma preocupação significativa para a sociedade. Estes produtos, de um preço menor do que os regularizados, tornam-se mais acessíveis a crianças e adolescentes, aumentando o risco de iniciação precoce ao consumo de tabaco nesse grupo vulnerável. Algumas das marcas registadas numa operação, realizada em 2019 pela agência Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), sendo marcas de cigarro comercializadas sem registo são: 51 Box Azul, Euro Prata, Mill Blue, Reyes Vermelho, entre muitas outras.
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